O que é?
- O After Action Review (AAR), ou Revisão pós-ação, é um processo simples usado por uma equipe para capturar as lições aprendidas a partir dos sucessos e fracassos do passado, com o objetivo de melhorar o desempenho futuro
- É uma prática consolidada pelo exército norte-americano visando a captura de aprendizados, aperfeiçoamento continuo e geração de comprometimento de time
- Esta estruturado em um processo de avaliação do que aconteceu, por que aconteceu e como é possível manter os pontos fortes e melhorar as fraquezas a partir da comparação entre os resultados pretendidos e os resultados realmente obtidos
- Sua aplicação demonstra ser uma ferramenta poderosa de aprendizado contínuo ao concentrar-se nos resultados de um evento / tarefa / atividade
- O AAR não é um processo de lavagem de roupa-suja ou de queixa
Quando utilizar?
- Após a realização de um treinamento ou reunião para analisar o que fazer melhor na próxima sessão.
- Após mudanças de processo. Neste caso, a AAR pode ser realizada após completar alguns ciclos (ex.: produção das 100 primeiras unidades).
- Durante a realização de um projeto nos encontros de status ou após a entrega de uma fase relevante.
- Em situações de emergência que requerem a geração rápida de aprendizados.
Recursos necessários:
- Um facilitador instruido na prática.
- Tempo e dedicação do time envolvido com o projeto ou ação.
- Ambiente focado na aprendizagem e não na busca de culpados.
Como aplicar?
Definir o formato
- É possível aplicar o AAR organizado de maneira formal ou informal. As diferenças ficam evidentes no quadro abaixo:
- Ainda assim, os passos para a aplicação do método são os mesmos, assim como seus benefícios.
Definir o facilitador
- Cada rodada pode ser conduzida por um participante diferente. O facilitador deve iniciar e finalizar os diálogos, controlar o tempo, incentivar a participação e impedir comportamentos incompatíveis. O condutor de cada sessão deve ser decidido no último encontro para já se responsabilizar pela agenda e para observar temas e acontecimentos relevantes.
- Também há a opção de o facilitador sempre ser o mesmo, neste caso opte por definir de forma clara este papel, que pode ser acumulado pelo líder da iniciativa, gestor ou até mesmo pelo PMO.
Definir a frequência
- O grupo deve estabelecer uma frequência para os encontros e manter uma agenda possibilitando um planejamento e uma preparação adequada. Idealmente o AAR deve ser aplicado conjuntamente aos encontros de avaliação de resultado ou de status
Levantar temas e acontecimentos
- Cada sessão deve ser iniciada com o levantamento dos temas e acontecimentos mais relevantes do período, com maiores aprendizados. Todos devem participar deste levantamento, porém cabe ao facilitador garantir a consistência e a inclusão dos temas e acontecimentos.
Aplicar as questões
- Conduzir a dinâmica com base nas seguintes perguntas:
- O que era para acontecer?
- O que realmente aconteceu?
- Por que houve diferenças entre o planejado e o real?
- O que aprendemos?
- Depois de revisitar os objetivos da atividade, é sempre uma boa ideia começar com os pontos positivos, ou seja, "o que ocorreu bem fora do que aconteceu?"
- Para cada ponto, continue a perguntar "por que?"
- Para as áreas problemáticas, perguntar "o que poderia ter ido melhor?" Em vez de "o que deu errado?" Compreender "por que" é igualmente fundamental.
- Deixe tempo suficiente para reflexão e incentive a contribuição de todos.
- Busque sempre comprovações, por isso é relevante realizar o processo com base nos indicadores de performance ou de gestão.
Documentar aprendizados
- É importante ter um relato claro e bem documentado da AAR, por isso registre as lições captadas e as decisões tomadas. Utilize tal registro na próxima sessão ao deixar todo o conteúdo no formato de orientações ou recomendações para o futuro.
- Uma estrutura de ata deve conter pelo menos:
- Data do encontro
- Uma ou duas frases com contexto e objetivo do encontro
- Pessoas envolvidas
- Aprendizados e recomendações
- Palavras-chave
- Sempre que possível, disponibilize o conteúdo em ambiente virtual de fácil acesso, permitindo a reutilização dos aprendizados, seja pela própria equipe envolvida, seja por outros times com questões semelhantes.
Boas práticas, dicas e possíveis adaptações:
- Garanta apoio do líder, seja gestor do projeto, responsável pelo processo ou apenas facilitador da reunião.
- Procure sermpre realizar a sessão de AAR imediatamente após o ocorrido.
- Garanta que o encontro seja feito pela equipe e para a equipe.
- Crie um clima no qual os participantes compreendam a importância de serem honestos e de manterem o foco no aprendizado (e não na crítica gratuíta).
- Processo não precisa necessariamente ocorrer pessoalmente. Pode ser realizado por telefone ou on-line com ferramentas como mensagens instantâneas, teleconferências, wikis e fóruns.
- Ainda que seja usualmente uma atividade para ser feita em grupo, pode ser adaptada para o nível individual, como um exercício de reflexão pessoal.
- É possível utilizar dinâmicas de estimulo a interação com o uso de post-its ou outras ferramentas lúdicas.
Exemplos de aplicação:
Natura
- Aplicado em projeto de operação de novo modelo comercial. Líder gerava e facilitava discussões do ARR nos rituais de acompanhamento do projeto. Ao final, inclua as conclusões (planejado, realizado e lições) em um formulário no portal do projeto.
Aprenda mais:
√ After Action Review USAID Technical Guidance
√ Knowledge Sharing Tools and Methods Toolkit - After Action Review
√ MindTools - After Action Review Process
√ Wikipedia - After Action Review (em inglês)
√ Livro Conhecimento Empresarial de Thomas H. Davenport
√ Vídeo ‘Zé e a Lição Aprendida'
√ Knowledge Sharing Tools and Methods Toolkit - After Action Review
√ MindTools - After Action Review Process
√ Wikipedia - After Action Review (em inglês)
√ Livro Conhecimento Empresarial de Thomas H. Davenport
√ Vídeo ‘Zé e a Lição Aprendida'
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