Nesse sentido, para que ocorra o melhor aproveitamento da abundante fonte de conhecimentos disponível, deve-se envidar esforços no sentido de gerenciar da melhor maneira essa riqueza que conforme levantamento realizado por STEIL (2007)[1] dos conceitos de conhecimento tem seu núcleo principal “na cabeça das pessoas”. Não obstante, o conhecimento também se faz presente na cultura, políticas, processos, rotinas, documentos e sistemas das organizações.
As organizações por sua vez, tem capacidade limitada de utilizar os seus conhecimentos. Essa limitação tem levado à busca por práticas e procedimentos que busquem auxiliar no desenvolvimento de uma nova forma de gestão que não é atendida pelas tradicionais formas de gestão (recursos humanos, projetos, processos, etc), dando origem à Gestão do Conhecimento (GC).
A GC não deve ser focada em algum conhecimento específico, para isso existem especialistas de cada área. Ela deve focar no fluxo dos conhecimentos (conhecimento certo, para a pessoa certa, na hora certa), promovendo a integração de pessoas e a criação, registro, compartilhamento e uso dessa base de conhecimentos.
No entanto, a Gestão do Conhecimento não pode ter como objetivo gerenciar todos os conhecimentos, sendo mandatório a sua customização ao contexto específico de aplicação, identificando oportunidades e possíveis ameaças ao seu sucesso, tais como estratégia das organizações, rotatividade de pessoal, sensibilização de lideranças e equipes, validação com clientes e apresentação de resultados dentre outras. Dessa forma, entende-se que a Gestão do Conhecimento como um “conjunto de estratégias e práticas que tem por finalidade possibilitar às organizações o melhor aproveitamento dos conhecimentos necessários ao cumprimento de suas missões.”[2].
Dessa forma, é nesse sentido que a GC tem se desenvolvido, com técnicas pragmáticas visando facilitar, fomentar e estimular o compartilhamento e o fluxo de conhecimentos, propiciando o melhor aproveitamento dos conhecimentos na direção de atingir os objetivos organizacionais.
[1] STEIL, A. V. Estado da arte das definições de gestão do conhecimento e seus subsistemas. Florianópolis: Instituto Stela, 2007.Technical Report.Disponível em
https://www.researchgate.net/publication/237090098_Estado_da_arte_das_definicoes_de_gestao_do_conhecimento_e_seus_subsistemas. Acessado em 12/09/2022.
[2]Disponível em
http://www.agitec.eb.mil.br/gestao-do-conhecimento-cientifico-tecnologico/57-secoes/130-por-que-fazer-gestao-do-conhecimento-gc. Acessado em 12/09/2022.
Rafael Hidalgo Olivieri é Major do Exército Brasileiro (EB), Engenheiro Mecânico e de Armamento pelo Instituto Militar de Engenharia (IME/2006) com mestrado em Gestão da Inovação pela Universidade de Linköping (2017), Suécia.
Foi gerente de manutenção do sistema de lançadores múltiplos de foguetes do Exército e instrutor dos Cursos e Estágios de Operação e Manutenção do Sistema ASTROS.
Desde 2017 atua em projetos e iniciativas de Gestão do Conhecimento e Gestão da Inovação no contexto do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Exército (SCTIEx).