Por quê é tão importante fazer a gestão efetiva do conhecimento em áreas como a de Desenvolvimento de Software? Porque esta é uma área intensiva em conhecimento, a matéria-prima é o conhecimento, que vem das pessoas! Ou seja, o conhecimento é um patrimônio e ativo intangível muito importante, e, por ser um patrimônio tão importante, parece lógico e óbvio que precisa ser cuidado e bem administrado! A literatura sobre Gestão do Conhecimento (GC), por meio de pesquisas empíricas em diferentes contextos, alguns dos benefícios provenientes da gestão efetiva do conhecimento são: otimização de processos e melhora da produtividade, redução do custo da obtenção do conhecimento, inovação e aprendizado organizacional.
Gestão do Conhecimento pode, através da colaboração da equipe, trazer perenidade aos processos de uma organização, ao fazer com que as pessoas compartilhem os seus famosos ”procedimentos de gaveta”, nivelando o conhecimento ao se compartilhar macetes, lições aprendidas e observações. No entanto, a Gestão do Conhecimento pode contribuir também par o desenvolvimento da equipe por meio da própria equipe.
Algumas vezes a capacitação para uma atividade requer um determinado curso que, além de caro, pode ser um tanto superficial e não atingir exatamente às necessidades da área. Nesse caso ficam perguntas que não foram respondidas, Mas não porque o treinamento foi ruim, e sim porque não foi algo direcionado. Conversamos com Raquel Balceiro e Rachel Macedo ambas especialistas em gestão na economia do conhecimento, e perguntamos a elas sobre algumas questões relacionadas a conhecimento, estratégia e gestão, acompanhem abaixo o que elas disseram:
SBGC: Qual a importância do Mapeamento de Conhecimentos para a disciplina de estratégia na Economia do Conhecimento? R. Balceiro e R. Macedo: Nos dias de hoje, é fundamental que as empresas saibam sua capacidade intelectual atual de modo a subsidiar ações de planejamento estratégico e desenvolvimento interno. Como ela pode saber que direção tomar, que oportunidades de negócio aproveitar, que caminhos evitar, se não dispuser de um levantamento interno de suas forças e fraquezas intelectuais? Tanto quanto conhecer bem o mercado onde atua e pretende atuar, e fazer uso das informações sobre as variáveis exógenas que impactam o seu negócio, as organizações precisam ter ciência de suas capacidades e, principalmente, entender quais delas são suas competências essenciais. É aí que entra a Gestão do Conhecimento, uma das disciplinas mais importantes da gestão contemporânea. SBGC: Por que tendemos misturar mapeamento de conhecimento e mapeamento de competências, mesmo sabendo que são temas diferentes? R. Balceiro e R. Macedo: Vamos dar um exemplo: pense em alguém que esteja sonhando em fazer uma viagem de férias ao exterior. Para planejar essa viagem, esta pessoa precisa levantar se detém algumas competências e recursos: se fala o idioma do país que pretende visitar com proficiência, se conhece suficientemente o mapa da região, se entende a cultura do povo do lugar e sabe como se comportar e que cuidados deve ter, se reúne os recursos (financeiros, inclusive) suficientes para se deslocar até lá, se locomover e se hospedar no país, se precisa de algum tipo de ajuda (guia impresso, site de viagem, guia de turismo, agência) etc. Sem esse levantamento inicial, a pessoa mal consegue sair do lugar. É claro que a tecnologia e as Redes Sociais hoje ajudam muito. Uma simples pesquisa na Internet pode levar a pessoa a conhecer (se já não conhece) uma série de websites sobre viagem, o que pode reduzir em grande parte o tempo para o planejamento. Em outras palavras, ela estará fazendo um rápido Benchmarking e levantando as melhores práticas. Temos a tendência, no entanto, de confundir Mapeamento de Conhecimentos com Mapeamento de Competências, até porque as Competências são formadas pelo conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que nos permitem atuar em determinadas situações. O Mapeamento de Conhecimentos, quando feito com esta finalidade, pode ser poderoso insumo para o Mapeamento de Competências, principalmente quando os conhecimentos estão associados a processos e atividades. Mas, ainda que tenhamos uma bela árvore de conhecimentos (ou taxonomia), precisamos combinar conhecimentos com habilidades e atitudes para que tenhamos as competências necessárias a cada perfil profissional. SBGC: É verdade que muitos projetos e incitavas de GC falham por não terem priorizado um trabalho de mapeamento de conhecimento critico e relevante ao negócio da empresa? R. Balceiro e R. Macedo: Uma vez levantados os conhecimentos, uma fase importante do processo é a priorização. É claro que não se pode gerir tudo, que nem todos os conhecimentos precisam ser monitorados, desenvolvidos e protegidos, principalmente aqueles que são de fácil acesso no mercado. Os conhecimentos que mais impactam nas estratégias de negócio da empresa são aqueles que compõem a sua competência essencial. Não priorizá-los é o maior risco que o portfólio de gestão do conhecimento pode incorrer, ainda mais em tempos de crise e recursos escassos. Investir recursos em ações de pouco retorno estratégico pode conduzir ao comprometimento de todo o portfólio. SBGC: Qual a importância de um profissional especializado em técnicas e métodos de GC para empresa inserida na economia do conhecimento? R. Balceiro e R. Macedo: Uma equipe de gestão do conhecimento especializada é composta de profissionais de diferentes áreas. As empresas que dispõem de uma estrutura formal de gestão do conhecimento mesclam profissionais da área de psicologia, engenharia, administração, história, comunicação, biblioteconomia, análise de sistemas, pedagogia, dentre outras. Como a gestão do conhecimento é uma disciplina que se relaciona com uma série de outras, como análise de negócios, processos, estratégia, sistemas, gestão de pessoas, aprendizagem, gestão da mudança, quanto mais multidisciplinar, maior a chance dos membros da equipe possuírem competências complementares que levem a resultados muito mais efetivos. No entanto, apesar de parecer, a gestão do conhecimento não é intuitiva. É preciso que se invista em ações de desenvolvimento para que se possa compreender as especificidades de cada método. Esperamos que tenham gostado dessa rápida, porém valorosa conversa com Raquel Balceiro que é Engenheira Civil pela UFRJ e Bacharel em Administração de Empresas pela UERJ; Especialista em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial pela COPPE/UFRJ; Doutora em Engenharia de Produção com ênfase em Gestão do Conhecimento pela mesma instituição. Atua como Consultora em Gestão do Conhecimento há 18 anos e há 12 anos especificamente na indústria de Óleo e Gás. E com Rachel Macedo que é Bacharel em Administração de Empresas com habilitação em Marketing pela ESPM/RJ; Especialista em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial pela COPPE/UFRJ e em Educação Corporativa pela UVA/RJ. Atua como Consultora em Gestão do Conhecimento, tramitando nas áreas de Estratégia, de Negócios e de Recursos Humanos para mapear cenários, diagnosticar, desenvolver metodologias, customizar e implantar práticas de gestão com foco no conhecimento em empresas de diversos segmentos: Metrô Rio, CVM, ANAC, Petrobras, Eletrobrás, Brookfield, Vale, TRE-AP, entre outras. Serviço: Nos dias 17 e 18 de março, estarão em São Paulo para facilitarem a Oficina Mapeamento de Conhecimento Individuais, Coletivos e Organizacionais, caso desejem mais informações vejam a programação completa neste link. Por: José Paulo*
Realizou-se, em 30 set. 2015, em São Paulo/SP, o 1º Encontro sobre Gestão do Conhecimento e Inteligência Competitiva, evento realizado pela Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SBGC). O evento teve como objetivo principal reunir um grupo de profissionais dos setores público e privado para discutir perspectivas sobre compartilhamento e compartimentação da informação, sob o escopo da área de inteligência, com o enfoque maior da gestão do conhecimento (GC). A reunião também serviu, como ponto de partida para trocas permanentes que poderão resultar em parcerias duradouras entre as entidades envolvidas. Presentes ao Encontro cerca de 150 pessoas. O foco das apresentações centrou-se nos seguintes temas:
Os palestrantes do evento foram: - André Saito, diretor-presidente da SBGC, PhD in Knowledge Science pelo Japan Advanced Institute of Science and Technology e especialista em gestão do conhecimento e educação corporativa. Em sua palestra, destacou o caráter multidisciplinar da GC e sua intersecção com áreas como, por exemplo, a gestão de informações, memória organizacional, gestão documental, engenharia do conhecimento, sistemas especialistas, aprendizagem organizacional, gestão de competências, educação corporativa, dentre outras. Relatou ainda que atualmente tem trabalhado no sentido de utilizar a GC, aliada aos conceitos da área de inteligência, para obtenção de melhorias nos processos de geração de Inovação e desenvolvimento de produtos, fazendo uso de ferramentas como o Roadmapping, que consiste em realizar o mapeamento da evolução do negócio da empresa ao longo do tempo, ou ainda o Customer Development, que busca entender quem é o cliente e ajustar o produto à sua demanda. - Luiz Rogério dos Santos, executivo de inteligência de mercado na empresa Natura, com experiência na construção de processos, estrutura e equipes que visam a servir às empresas com conhecimento para tomada de decisão de negócios e na implantação da cultura de GC no negócio. Salientou que sua expectativa, ao proferir a palestra, era compartilhar sua vivência na área de Inteligência em uma grande empresa, que tem investido sobremaneira na gestão do conhecimento. Enfatizou ainda que, em sua atual atividade profissional, busca melhorar a capacidade de tomada de decisão das áreas de planejamento comercial da Natura, vinculando aquele processo à GC e inteligência. Discorreu sobre a metodologia consubstanciada na plataforma Sábios, ferramenta que gerencia a produção, organização e disseminação de conhecimento relevante dentro do ambiente virtual da Natura, de maneira que isso possa melhorar o processo de planejamento e influenciar na decisão de negócio da empresa. - André Nicoletti, oficial de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), atua no Programa Nacional de Proteção ao Conhecimento Sensível (PNPC) e integra equipes de análise de risco em grandes eventos e em infraestruturas críticas. Tratou do tema “compartilhar versus compartimentar”, salientando as questões de segurança e contrainteligência no processo de gestão do conhecimento e inteligência. Discorreu sobre a possibilidade de perda intencional de informações em um cenário de crise, fazendo uso da tríade motivação do autor, oportunidade de acesso a informações e a racionalização no gerenciamento do acesso à informação para defender a tese de que é necessário organizar o compartilhamento das informações e fazer um trabalho pré-crise no acesso para minimizar os riscos envolvidos, como por exemplo, o de vazamento. Assim sendo, parte significativa da GC deve consistir em analisar os riscos que estão envolvidos no compartilhamento do conhecimento. - Fernando Domingues, sócio-diretor da Mentor Consulting, empresa dedicada ao desenvolvimento da inteligência estratégica e competitiva nas organizações e diretor do Capítulo Brasil da Strategic and Competitive Intelligence Professionals (SCIP). É especialista em articulação de redes e facilitação de diálogos que trabalham a inteligência coletiva em processos de construção de estratégias, inovação aberta, design de futuros e capacitação de líderes e equipes. Discorreu sobre as mudanças de paradigmas de conectividade e interrelação entre as pessoas na atualidade. Partiu da avaliação de que houve uma mudança na maneira como a sociedade se relaciona, em virtude do redimensionamento das variáveis tempo e espaço no ambiente virtual. Tal fenômeno deveria ter reflexo na forma como as organizações e empresas se estruturam, mas isso não se verificou de maneira tão imediata. Ainda é comum a existência de estruturas piramidais, com poder decisório centralizado nas estruturas organizacionais. Neste contexto, segundo o palestrante, a inteligência deve atuar de forma a potencializar a mudança/adaptação das empresas ao modelo de organização em rede, onde as informações fluem entre aqueles que estão conectados, aumentando a capacidade de acesso à informação, do seu processamento e da geração de inovação. Para que isso seja possível, destaca ainda que deve haver mudança de configuração dos ambientes físicos que permitam a livre interação, com a criação de ambientes virtuais que viabilizem o fluxo de informações. O evento contou ainda com a presença de Fábio Pereira Ribeiro, administrador de empresas, especialista em inteligência estratégica e política internacional, doutor em política internacional e responsável pelo blog Brasil no Mundo, da Revista Exame, que atuou como moderador dos painéis ao final das apresentações. *Sobre o autor: José Paulo Melhado possui mestrado em Ciência da Informação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Foi analista de inteligência corporativa da Companhia Vale do Rio Doce. Atualmente participa do Programa Nacional de Proteção ao Conhecimento, análise de assuntos relacionados à contrainteligência, análise de C,T & I, análise de riscos aplicada à segurança de infraestruturas críticas e de grandes eventos. Tradicionalmente o Congresso Nacional de Gestão do Conhecimento na Esfera Pública – CONGEP, atualmente em sua oitava edição, tem proporcionado o debate sobre a Gestão do Conhecimento e ocupado importante espaço na agenda nacional, nos fóruns de discussão e nas diversas publicações especializadas sobre o contexto contemporâneo de transformação do Estado e da sociedade.
O tema ”O Conhecimento Inovando e Transformando o Setor Público” pretende abranger diversos subtemas que contemplem a experiência, os desafios e resultados alcançados pela Administração Pública brasileira nesse campo, envolvendo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário nos níveis federal, estadual e municipal. Colaboração, processos de inteligência e inovação são elementos fundamentais da uma gestão pública mais efetiva, que estimula a iniciativa, a criatividade na solução de problemas e a eficiência na execução dos processos. Sua adoção em instituições públicas, no entanto, é um desafio, uma vez que a gestão participativa, efetiva e inovadora exige compreensão adequada da cultura e da gestão da organização e novos modelos de avaliação e reconhecimento. Praticados de forma consistente, temos uma gestão mais efetiva que traz como resultados:
A programação está fantástica, confiram: 9h - 17h30 - Dia 24/11/2015 Palestra magna: Gestão do Conhecimento no setor público
Inteligência
Educação Corporativa
9h - 17h30 - Dia 25/11/2015 Inovação
Colaboração
*Programa preliminar passível de alterações e confirmação pelos órgãos mencionados. |
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