A palavra complexo pode assustar no início, mas a definição não é tão complexa assim: sistemas complexos são sistemas compostos por um conjunto de variáveis simples e estas variáveis têm inúmeras interações não-lineares entre si.
Os sistemas complexos são caracterizados por não haver um controle central. Isso significa que o sistema é auto-organizado; o comportamento do sistema é emergente, onde a influência é do comportamento do sistema e não do comportamento dos indivíduos; e o todo é maior do que a soma das partes (1).
Assim como ocorre nos sistemas complexos, em uma cultura focada em conhecimento a contribuição do grupo para o grupo é maior do que a soma das contribuições individuais; ela tem um comportamento dinâmico, que exige lidar com problemas simultâneos e que estão inter-relacionados.
É possível mapear esta dinâmica?
Sim! Pelo menos parcialmente.
Uma forma de demonstrar a dinâmica da cultura de conhecimento é usar uma ferramenta de visão sistêmica(2). chamada Causal Loop Diagram (CLD). Um CLD representa as principais variáveis do sistema e o padrão de inter-relacionamentos sistêmicos que constituem o problema. Um CLD ajuda a identificar os pontos de alavancagem do modelo e encontrar soluções eficazes para os problemas (3).
A Figura abaixo apresenta um CLD para representar a complexidade da dinâmica do conhecimento. Neste exemplo são listadas 12 variáveis e as diversas inter-relações entre elas.
Dada a velocidade da transformação do mundo, cada dia é mais importante incentivar as espirais positivas para produção e compartilhamento de conhecimento nas organizações. Afinal de contas, se você não trouxer abordagens disruptivas para o mercado, outros farão isso por você.
Fonte:(1) Mitchell, M.; 2014. Introduction to Complexity. Curso on-line. Acessado em maio de 2014. URL: www.complexityexplorer.org
(2) Morrin, E.; 2012. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertand Brasil.
(3) Griffith, J. J.; 2008. A disciplina do pensamento sistêmico. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Engenharia Florestal, 2008.
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Sobre o autor: Leandro Loss é gerente de Gestão do Conhecimento na EY - Advisory Services. Ele tem mais de 10 anos de experiência na área de Gestão de Conhecimento e Aprendizagem Organizacional.