Conhecimento pra você é conhecimento pra mim?

O que é conhecimento? Sabemos que existem diversas definições e que não há um consenso. Talvez esse fato seja algo muito relevante, afinal, se há diferentes definições, será que estamos falando sobre a mesma coisa quando conversamos em um ambiente de gestão do conhecimento?

Ao entrevistar três pessoas de três níveis diferentes em uma organização, obtive respostas muito interessantes para a pergunta “dentro de um contexto organizacional, o que é conhecimento para você?”.

Para um operador de processos conhecimento é “Conhecer e entender os procedimentos necessários para realizar minhas tarefas operacionais, entender a importância de cada instrumento da planta, cada válvula e a função de cada equipamento e saber o objetivo do trabalho que estou realizando.”

Já para um líder de equipe significa “Saber o que cada um da minha equipe sabe fazer, quais os pontos fortes e fracos e o comportamento de cada um. Também é importante ter o conhecimento sobre o que ocorreu no turno anterior e o que ocorre no meu turno para registrar e transmitir para o próximo turno.”

Por outro lado, para um encarregado de uma divisão “Conhecimento é entender minhas equipes e dominar ferramentas para gerir tanto minhas equipe quanto as demandas do departamento. Conhecer os processos que executamos para apresentar ao departamento as capacidades e limitações em função de suas solicitações.”

A partir das respostas, podemos notar que a definição de conhecimento na organização se mostra relacionada diretamente com a atividade que cada um executa e, por mais óbvio que isso pareça, quando pensamos na gestão desses conhecimentos em um programa que permeie todos os níveis, pode ser que falte compreensão de um para o outro. Sendo assim, o desafio de criar um programa de GC sustentável vai além de mapear conhecimentos, utilizar ferramentas e criar uma sistemática de criação, uso e reuso. O desafio também contempla o desenvolvimento de uma cultura de GC que seja empática, que possibilite a um nível entender as necessidades de conhecimento do outro, criando um ambiente colaborativo que seja alicerçado na cultura e na economia do conhecimento.


Sobre o autor:

Vinicius Araujo Ferreira é MSc em Engenharia Química e possui cursos nas áreas de gestão de negócios e produção de cerveja. Atua como Especialista em Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear e Defesa na AMAZUL onde participou do Projeto Piloto de Gestão do Conhecimento Também é sócio e cevejeiro na microcervejaria HalfMouth.