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Geração Y: Adolescentes versus obsolescentes?

3/10/2011

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Nos esforçamos por tantos anos para manter nosso foco que agora estamos estranhando o modo multitarefa como nossos jovens vivem, e já começamos a falar em mal funcionamento das novas gerações.
Durante um tempo, as pessoas mais velhas se referiram à informática (lembram deste termo?) como algo importante que merecia ser aprendido. Hoje apontam para os jovens e dizem que há algo errado numa geração sem foco, dominada pela tecnologia digital, com um enorme déficit de atenção e pouca profundidade temática.
Nossos filhos não estão se encaixando em nossas projeções e por isso estamos pensando que pode haver algo de errado com eles. Creio que estamos chegando a um ponto importante da história do uso da tecnologia, no qual os jovens conectados passam a disputar mercado com seus preceptores e por isso passam a ser repelidos com uma série de rótulos.
Por que o abismo tecno-relacional entre as gerações vem se acentuando? Porque, para muitos de nós com mais de quarenta anos, a intensidade e variedade dos objetos de linguagem já atingem uma velocidade quase insuportável.
Quando o pesquisador Douglas Engelbart apresentou nos anos 70 a alternância de modos e nos tirou das telas verdes para uma interface colorida repleta de ícones e com janelas simultâneas, a roda da história avançou mais um pouco e somente hoje podemos sentir quanto o mundo mudou.
Os jovens já estão completamente adaptados à vertigem da multitarefa, mas a velha guarda do processador de texto ainda insiste que foco e concentração são os únicos modos válidos de aprender e trabalhar.
O que para nós é uma superexposição de estímulos, para os sentidos dos jovens é apenas o meio em que nasceram, cresceram e aprenderam a viver. Entretanto hoje não compreendemos como podem trafegar de um assunto ao outro antes mesmo de concluir o entendimento do anterior. Não os acompanhamos nos mergulhos de hipertexto e ainda somos teimosos, sempre dando mais valor às nossas narrativas lineares.
No fundo ainda pensamos que para aprender uma coisa é preciso aprender outra primeiro, e que há uma ordem certa para isto. Em nossa percepção não estão aprendendo nada porque não mergulham para valer nos conteúdos e são superficiais porque trocam de assunto sem um motivo válido para nossos critérios.
Pensamos que eles mudam todo o tempo porque se viciaram nisto, e no fundo culpamos o dispositivo que originou toda essa confusão, o bisavô da navegação de conteúdos: o controle remoto da televisão! As gerações anteriores fizeram um esforço enorme para se adaptar à dura realidade da era industrial.
Tivemos que abandonar nosso fluxo espontâneo de comer, dormir e amar a qualquer hora para entrarmos no sincronismo do apito de fábrica e do relógio de ponto. Mas nossos corações e mentes teimavam em derivar em desejos e interesses momentâneos, então aprendemos a nos esforçar o tempo todo para manter a atenção em apenas um assunto de cada vez e vivemos tentando manter o “foco”.
Acontece que a alternância de assuntos está saltando para fora do computador e invadindo nossas vidas. A televisão ficou mais rápida, as revistas repletas de notícias, os jornais com textos cada vez menores e as ruas repletas de anúncios e sinalizações digitais. Pelo menos duas gerações cresceram neste meio. Jovens que mantém sete, dez janelas abertas e ainda falam ao telefone enquanto comem um lanche, tudo isso diante da televisão.
Nossos jovens têm acesso imediato a muitas fontes de conhecimento, mesmo com seus professores condenando o Google e a Wikipedia, mas ainda esperamos que eles usem a memória, compreendam ou decorem informações fundamentais. E que saibam caligrafia!
E se o modo como nós aprendemos tudo até agora na escola, memorizando a tabela periódica dos elementos, equações matemáticas e rios do amazonas, estivesse mesmo muito errado? Fomos diplomados como ótimos alunos e alguém aí se lembra de alguma destas coisas? Nossos professores eram bancos de memória ambulantes, repletos de citações e exemplos.
Poucos mestres tinham a capacidade de se envolver, se relacionar com os alunos e nos levar a uma experiência única de sabedoria. A maioria dos professores era entregador de verbetes, fiscal de apostila ou zelador de livro didático. Cultivamos um saber enciclopédico durante séculos e talvez esta seja a primeira geração a se livrar deste fardo, por isso muitos os chamam de ignorantes.
Nunca imaginamos que eles teriam um tipo de sabedoria e conhecimento tão diferente do nosso que nos pareceria um certo tipo de ignorância! Arrisco dizer que talvez os jovens não aprofundem seus conhecimentos porque estão buscando em primeiro lugar os índices. Não estão aprendendo conteúdos, estão capturando mapas de localização do conhecimento.
Na lógica destas gerações é possível organizar uma lista de assuntos sobre um tema que ainda não conhecem. Para nós, mais velhos, isto é impensável, pois nossos sumários sempre apontam para textos que lemos, imagens que vimos e filmes que assistimos.
Nós dependíamos da memória, eles dependem das buscas. Nós resumíamos textos, eles condensam listas, buscam por categorias, tipos, formatos, datas, assuntos, temas, palavras-chave e tags.
Não aceitamos nem o modo como fazem a gestão de suas amizades e os acusamos de manterem fazendas de falsos amigos representados por carinhas de Facebook que só dizem “husahuauahuhuasuahuhuhsuhaua”. Acho que estamos perdendo o bonde da história, ou melhor, o trem bala.
Não conseguimos nos comunicar com nossos filhos, estamos cada vez mais preocupados com nossos jovens funcionários da geração Y, e cada vez que alguém metralha uma escola, tenta fabricar uma bomba em casa ou sai marchando em multidão pelas ruas, culpamos a internet. Se não tornarmos mais flexíveis nossas premissas e frequentarmos um pouco mais os espaços multitarefa por onde os jovens fluem, as novas pontes entre nós nunca irão aparecer.
Penso que cada um tem exatamente aquilo que precisa para viver em seu tempo, a seu modo. O que precisamos é não esquecer que, mesmo vivendo em fluxos distintos, habitamos os mesmos espaços, estamos ligados uns aos outros e precisamos cultivar o encontro humano amoroso entre nós constantemente, inclusive dentro das possibilidades não presenciais, usando o mural do Facebook, por exemplo.
Considerando que o mundo está cada vez mais multicultural, multidiversificado e multitarefa, mesmo sendo mais velhos é bom encontrarmos nosso lugar, já que, com o aumento da longevidade, ainda vamos viver um bom tempo por aqui.
Meus amigos, ou melhor, meus velhos amigos, quando a maturidade bloqueia a transformação, surge a velhice. Um velho que transforma é sempre mais jovem que um adolescente que conserva.
Velhice não precisa ser obsolescência, pode ser renovação. Não precisamos funcionar como os jovens, mas precisamos saber que o nosso modo não é mais o único.

Sobre o autor: 
Luiz Algarra é designer de fluxos de conversação para grupos humanos, com foco em inteligência colaborativa.
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