Gestão do conhecimento: essencial para as indústrias farmacêuticas latinoamericanas

por Talita Ferreira

A indústria farmacêutica latinoamericana é um eixo essencial de desenvolvimento, não apenas por seu potencial econômico, mas também como garantia de acesso da população a medicamentos de qualidade.

​A comercialização de um medicamento seguro e de qualidade requer três atores: a indústria e as autoridades reguladoras, tendo o conhecimento gerado pelas instituições de ensino superior, ou seja, a universidade, como base para as ações de ambos.

A legislação relacionada aos medicamentos deve ser desenvolvida numa base científica e é também essencial que seja harmonizada, idealmente a nível global, mas pelo menos para fins práticos em áreas geográficas que compartilham um mercado comum e que, por sua vez, contribuam para fortalecer o processo de integração regional.

Assim, a estratégia de gestão do conhecimento na área farmacêutica é formar um grupo de profissionais que, com uma linguagem comum, desenvolvam sua atividade na indústria ou em instituições reguladoras governamentais para garantir que os padrões exigidos sejam desenvolvidos e possam ser avaliados com conhecimento das autoridades.

Com base nisso, desde de agosto de 2021 estou coordenando o projeto Latin America Biowaiver, que tem a estratégia de envolver diferentes stakeholders regionais (associações de classe, universidades, empresas farmacêuticas e autoridades de saúde) para facilitar as discussões sobre a harmonização da bioequivalência de medicamentos entre os países da América Latina.

Nesse projeto o mais importante é que os stakeholders utilizem as suas experiências acadêmicas e profissionais e tenham o conhecimento como uma oportunidade de empoderar a região latinoamericana.

Sobre a autora:
​Talita Ferreira é consultora, pesquisadora, professora e uma estudante-profissional apaixonada por compartilhar conhecimento. Também é farmacêutica-bioquímica pela UNIP/SP, com MBA em Inovação em Saúde pelo Instituto Butantan/SP, mestre em empreendedorismo pela FEA/USP e doutoranda em economia das empresas pela Universidade de Salamanca/Espanha e University of Health Sciences and Pharmacy de St. Louis/Estados Unidos.