Hoje compartilharei com vocês o que aprendi sobre o Modelo de Boisot. Acredita-se que este autor seja um dos primeiros a fazer uma proposta de modelo para GC (BOISOT, 1987 apud MCADAM; MCCREEDY, 1999)¹. Seu trabalho proposto em 1987 é analisado por McAdam e McCreedy (1999), a partir dos quadrantes da figura abaixo:
O quadrante inferior esquerdo abrange o conhecimento “não codificado” e “não difuso”, chamado também de conhecimento pessoal (por exemplo, percepções e experiências). O quadrante superior direito abrange o conhecimento que é tanto “codificado”, quanto “difuso”; ou seja, conhecimento público (por exemplo, jornais, livros, bibliotecas). O quadrante superior esquerdo refere-se ao conhecimento “codificado”, porém não-difuso”, também conhecido como conhecimento de propriedade (por exemplo, planejamento estratégico). Finalmente, o quadrante inferior direito refere-se ao conhecimento do senso comum que é “difuso”, mas “não codificado”. Segundo McAdam e McCreedy (1999), tal conhecimento é considerado como sendo construído lentamente por um processo de socialização, abrigando costumes e intuição.
Virkus (2014) também analisa este modelo e afirma que o mesmo é baseado no conceito-chave de uma "boa informação" que difere de um ativo físico. Ou seja, o modelo distingue os termos informações e dados, enfatizando que a informação é o que um observador irá extrair a partir de dados, em função de suas expectativas ou conhecimento prévio.
Outro ponto importante do modelo é que ele considera organizações como organismos vivos. Ou seja, o processo de desenvolvimento do conhecimento dentro das organizações está sempre mudando. Isto significa que as empresas precisam adotar uma estratégia de GC que acomode a dinamicidade do ciclo de aprendizagem organizacional. Virkus (2014) chama isso de modelo adaptativo.
Gostou de conhecer um pouco sobre este modelo? Já conhecia?
Deixe seu comentário e não perca o próximo MODELO DE NONAKA E TAKEUCHI.
Referência:
¹Boisot, M. Information and Organisations. TheManager as Anthropologist, Fontana/Collins, Londres, 1987
Autora: Juliana Pinheiro
Possui dupla formação em arquitetura e engenharia civil pelo Programa FAU-POLI da USP. É Mestra em Ciências pela Escola Politécnica da USP, com a dissertação Gestão do Conhecimento em Empresa Construtora. É sócia fundadora da ARQUITEIA, startup de reforma de interiores com foco em acelerar a venda ou locação de imóveis.