O modelo de maturidade proposto por Terra (2000) divide as empresas em três grupos: empresas que aprendem, empresas tradicionais e empresas atrasadas. Estes grupos foram criados a partir de uma pesquisa com 587 gerentes e diretores de empresas levando em consideração sete dimensões: alta administração, cultura organizacional, estrutura organizacional, recursos humanos, sistemas de informação, práticas de mensuração e divulgação de resultados e os processos de aprendizado por meio de alianças com outras empresas. Estas dimensões, segundo o autor, relacionam-se com o nível estratégico, nível organizacional e infraestrutura, como ilustrado abaixo:
Empresas que aprendem são as que utilizam práticas de GC na rotina do trabalho e apresentam desempenho empresarial superior, que é avaliado através de sua participação no mercado. Em pesquisa realizada por Terra (1999), constatou-se que este grupo é composto em sua maioria por empresas estrangeiras, de grande porte, com atividade exportadora e que atuam em setores de ponta.
O segundo grupo, composto pelas empresas tradicionais, apresentam práticas de GC, porém estas não fazem parte da rotina empresarial, sendo apenas práticas pontuais. As empresas deste grupo apresentam um desempenho empresarial menos favorável que o primeiro grupo, pouca atividade de exportação e capital predominantemente nacional (TERRA, 1999).
O último grupo, classificado como pequenas atrasadas, é formado pelas empresas que possuem poucas práticas de GC e possuem capital predominantemente nacional, com pequena participação no mercado e sem atividade exportadora (TERRA, 1999).
O autor afirma como uma das conclusões da tese que as práticas gerenciais que foram relacionadas à GC estão associadas aos melhores desempenhos empresariais. São elas: liderança e cultura voltada para a experimentação (é permitido errar), para a inovação e para a busca de grandes desafios; trabalho com equipes multidisciplinares e interdepartamentais; criação de diferentes oportunidades para o estabelecimento de contatos pessoais como forma de desenvolver, difundir e assimilar o conhecimento tácito dos funcionários; acesso à informação e ao conhecimento organizacional; incentivo à diversidade e ao desenvolvimento pessoal e profissional; inserção individual e organizacional no ambiente externo à organização (TERRA, 1999).
Utilizando a metodologia proposta, Crema (2003) realizou testes estatísticos com objetivo de classificar empresas construtoras em um dos três grupos. Verificou-se que as construtoras avaliadas se enquadravam nas empresas tradicionais.
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Sobre a autora: Juliana Pinheiro possui dupla formação em arquitetura e engenharia civil pelo Programa FAU-POLI da USP. É Mestra em Ciências pela Escola Politécnica da USP, com a dissertação Gestão do Conhecimento em Empresa Construtora. É sócia fundadora da ARQUITEIA, startup de reforma de interiores com foco em acelerar a venda ou locação de imóveis.