Modelos de GC: Pawlowski e Bick

O artigo de Pawlowski e Bick (2012) apresenta o que os autores chamam de Modelo Global de Gestão do Conhecimento, que descreve componentes e fatores de influência para implementação de GC, identificando os aspectos-chave relacionados a processos e sistemas de gerenciamento de conhecimento.

por Juliana Pinheiro

​O artigo de Pawlowski e Bick (2012) apresenta o que os autores chamam de Modelo Global de Gestão do Conhecimento, que descreve componentes e fatores de influência para implementação de GC, identificando os aspectos-chave relacionados a processos e sistemas de gerenciamento de conhecimento. 

Por um lado, orienta os processos de desenvolvimento, fornecendo um espaço de solução e fatores de sucesso para os tomadores de decisão e implementadores. Por outro lado, é uma referência para os pesquisadores, na medida em que compara pesquisas, fornecendo um conjunto de descrições bem como aspectos que influenciam o sucesso das soluções de GC.

O modelo global de GC também pode ser usado para orientar os processos de desenvolvimento de GC. Esses processos precisam de um planejamento claro das atividades, pois são cruciais para o sucesso nos processos interorganizacionais e geograficamente distribuídos. Assim, as seguintes etapas podem ser derivadas do modelo:

  • Identificar o contexto e as barreiras das partes interessadas: em uma fase inicial, as partes interessadas em diferentes unidades organizacionais e organizações parceiras são avaliadas sobre o seu contexto de GC e as barreiras para o uso e o fornecimento de recursos de GC. Essa avaliação é utilizada para identificar potenciais barreiras para o compartilhamento de conhecimento.
  • Desenhar processos de compartilhamento de conhecimento: um conjunto de processos e atividades para o compartilhamento de conhecimento, bem como os aspectos culturais, são planejados e implementados, levando em consideração orientações sobre incorporação de processos (em particular para funcionários) Assim, os processos de conhecimento servem como orientação para levar em consideração diferentes fases e para conectá-los a processos básicos de trabalho.
  • Proporcionar uma infraestrutura de suporte: com base nas barreiras, são planejadas intervenções e ferramentas de suporte.
  • Analisar o sucesso do projeto: avaliar o sucesso dos projetos é essencial. Os projetos de GC precisam mostrar evidências claras de que as melhorias contínuas são alcançadas. Para isso, indicadores de GC são essenciais.

O modelo é composto por 5 camadas. São elas:

  • Processos: o núcleo do modelo engloba os processos de negócios e denotam os principais processos de uma organização, como o ensino em organizações educacionais ou o desenvolvimento e implantação de software para empresas de software. Os principais processos de negócios são suportados por processos de conhecimento que permitem o gerenciamento do conhecimento dentro e fora da organização. No contexto global, esses processos estão altamente relacionados aos processos externos com as partes interessadas que estão distribuídas em todo o mundo.
  • Stakeholders e contexto: descreve as características das partes interessadas (stakeholders) que podem ser indivíduos, organizações ou sociedade. Descreve o contexto ou ambiente em que a GC ocorre. Na maioria dos casos, relaciona-se às organizações (cultura organizacional, estratégia) ou sociedade (cultura étnica, infraestruturas tecnológicas, políticas). O foco nesta categoria é a análise de aspectos culturais que influenciam a comunicação, a colaboração e a coordenação dos processos de conhecimento.
  • Conhecimento: descreve e caracteriza os aspectos e elementos do conhecimento que são compartilhados ou necessários na organização. Destaca os problemas a serem resolvidos para a GC, bem como os recursos necessários para tal.
  • Instrumentos e intervenções: métodos e atividades para realizar os processos de conhecimento. As principais categorias são instrumentos orientados para o ser humano e instrumentos tecnológicos.
  • Resultados: descrevem os principais resultados dos processos de conhecimento usando alguma forma de avaliação e métricas. Do ponto de vista do conhecimento, é importante avaliar o conhecimento recém-gerado ou utilizado, bem como medidas do conhecimento e seu impacto. A medição do sucesso da GC pode ser feita principalmente em um nível geral ou para componentes específicos, como capacidades organizacionais ou desenvolvimento de conhecimento ou competência.

Espero que o conteúdo esteja te ajudando de alguma forma. Nos deixe saber nos comentários e não perca o próximo post sobre o MODELO DE REFERÊNCIA EM GESTÃO DO CONHECIMENTO DA SBGC. 

Sobre a autora:
Juliana Pinheiro possui dupla formação em arquitetura e engenharia civil pelo Programa FAU-POLI da USP.  É Mestra em Ciências pela Escola Politécnica da USP, com a dissertação Gestão do Conhecimento em Empresa Construtora. É sócia fundadora da ARQUITEIA, startup de reforma de interiores com foco em acelerar a venda ou locação de imóveis.