É muito importante que as pessoas estejam atentas ao novo contexto e a todas as suas consequências. Sendo assim, as mudanças ocorridas nas relações de trabalho trazem consequências diretas para as organizações.
O primeiro ponto a ser levantado é o crescimento do trabalho temporário, que requer das empresas maior gestão de seus conhecimentos. Isso porque com o aumento da rotatividade das pessoas, mais do que nunca, todo conhecimento que é essencial para a organização deve ser de domínio da própria organização. Sendo assim, práticas relacionadas à retenção de conhecimento devem ser utilizadas.
Além disso, este conhecimento deve ser facilmente disseminado através de demandas específicas, tanto para trabalhadores temporários, quanto para os demais. Isso significa que as práticas de disseminação de conhecimento também devem ser utilizadas. E também, o novo conhecimento gerado deve ser devidamente registrado para quando o trabalhador não estiver mais na organização, a mesma não perder este conhecimento.
Outra tendência já percebida é a aquisição rápida de conhecimento sob demanda, que deve ser amparada pela área de educação corporativa. Esta tem papel fundamental na formação das pessoas, oferecendo aquilo que é essencial para que o trabalhador desempenhe bem suas atividades. Entender que o aprendizado deve ser sob demanda, com conteúdo e formatos não tradicionais, tanto para o público interno quanto externo é essencial para as organizações acompanharem as tendências do mercado.
Já o tema inovação aberta ou open innovation está cada vez mais em alta. O poder das massas tem sido cada vez mais valorizado e utilizado. Hoje, a empresa que tem um problema, pode lançar um desafio na comunidade e receber a solução rapidamente, com custo bem abaixo dos praticados anteriormente, nos modelos tradicionais. Contudo, é importante atentar para a gestão de todas estas ideias, que devem passar por curadoria de especialistas antes de serem aprovadas.
Por fim, a automação de trabalho intelectual é uma realidade em muitas empresas. Muitos departamentos já foram extintos e as pessoas foram substituídas por inteligência artificial, por exemplo. Estar atento a isso, assim como aos termos Big Data, Analytics, transformação digital, internet das coisas, dentre outros, é muito importante para não se distanciar da realidade.
Sim, da realidade, pois tudo isso já chegou, não é futuro.
A reflexão que coloco a vocês é:
O que farão estas pessoas com tanto tempo livre? Quais as novas funções que elas desempenharão no mundo? Quais os novos modelos de negócio gerados a partir destas novas relações?
Já pararam para pensar nisso?
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Autora: Juliana Pinheiro
Possui dupla formação em arquitetura e engenharia civil pelo Programa FAU-POLI da USP. Trabalha com gestão do conhecimento e inovação desde 2009 e foi a responsável pela GC da Construtora e Incorporadora TECNISA por mais de 8 anos. É Mestra em Ciências pela Escola Politécnica da USP. É diretora executiva da SBGC e sócia-fundadora da construtech ARQUITEIA.