É possível Inovar?
Nos últimos dias 14 e 15 de março, a SBGC organizou e aplicou a 2ª Edição da Oficina de Gestão da Inovação, ministrada pelo Especialista e Consultor Prof. PhD. André Saito, e a ideia deste texto é trazer os principais pontos para você que ainda não conhece sobre o tema e a Oficina, e para os participantes, um resumo para suas conclusões e relatórios.
Como você enxerga a inovação?
Saito começou o curso com uma provocação aos participantes, perguntando como cada um enxerga a inovação e mostrando alguns quadros com as seguintes definições: A - pesquisa e desenvolvimento e comercialização de tecnologias, B - desenvolvimento de novos produtos com foco no mercado, C - cultivo de um ambiente criativo e cultura inovadora e identificação de oportunidades e criação de novos negócios como por exemplo o Facebook.
Para definir inovação, Saito trouxe a frase de Scott Anthony.
“Algo diferente que gera impacto”.
Deu sequência comentando que a inovação pode partir de uma ideia, ou pela observação de uma necessidade ou problema, e que muitas vezes não está explícita no ambiente.
Um dos pontos fundamentais da oficina foi a conceituação sobre inovação incremental e inovação disruptiva e discursou que a inovação pode ser interna, ou seja, para a organização (modelo de negócios, processos de gestão), ou externa, para o “indivíduo consumidor” da organização (produtos e serviços).
Por diversas vezes deixou claro que inovação não é invenção, mito que muitas vezes impedem os empreendedores e gestores responsáveis por projetos, darem passos importantes em seus negócios.
Experimentando a Inovação
Saito trouxe a abordagem do Design Thinking e convidou os participantes a experimentarem algumas técnicas de cocriação e ideação, focando em um desafio que poderia gerar novos produtos ou serviços ou modelo de negócios.
O choque de ideias, ou a divergência na linguagem do Design Thinking, permite que as pessoas discutam a partir de um brainstorming, diversas possibilidades para gerar projetos de inovação.
Neste momento os participantes foram apresentados a um desafio onde tiveram espaço para aplicar os conceitos, discutir e trocar experiências, simulando o trabalho do dia a dia durante a oficina.
Como tornar a organização mais inovadora?
Junto a essa pergunta, Saito apresentou o Modelo A-F, que são os papéis das pessoas em um ambiente de inovação (Ativadores, Buscadores, Criadores, Desenvolvedores, Executores e Facilitadores), mais detalhado no livro “A Bíblia da Inovação”, de Trías de Bes e Philip Kotler (2011), e enfatizou que o papel das pessoas com essa abordagem é fator fundamental para a inovação.
Do ponto de vista da Gestão da Inovação, foram apresentados diversos conceitos como o processo de inovação (fonte de ideias, seleção e priorização), apresentou os modelos genéricos de inovação, o processo de desenvolvimento de produtos e de desenvolvimento tecnológico e o funil de inovação corporativo.
Inovação x Estratégia
Já no segundo dia foi discutido a importância da inovação no contexto da estratégia e os exemplos da aplicação.
- Inovar para que?
- Aumentar receitas ou reduzir despesas?
- Expandir mercados atuais?
- Entrar em novos mercados?
- Melhorar produtos atuais?
- Lançar novos produtos?
- Inovar em quê?
- Produtos e serviços?
- Modelos de Negócios?
- Processos?
- Gestão?
Dedicou uma boa parte do tempo para falar sobre inovação em modelos de negócios (Business Model Generation, Alex Osterwalder e Yves Pigneur, 2010), trazendo os exemplos do iTunes + iPod, Skype, Nespresso, Google e ZipCar.
“Um modelo de negócios descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização.”
A experiência foi muito interessante e permitiu aos participantes trabalhar no case da Nespresso, definindo a segmentação de clientes, a proposta de valor, os canais e o modo como se relacionar com seus clientes, a fonte de receitas, as atividades e recursos chaves, parceiros e custos.
A quebra dos mitos:
- Inovação depende de grandes insights: os insights podem surgir por consequência de observações ou por estímulos de projetos de cocriação, observação, prototipagem ou simplesmente ouvindo os clientes.
- Existe um método para a inovação: Existem maneiras de permitir que a inovação aconteça, mas não é um método propriamente dito.
- Inovação depende do gênio solitário: Atualmente a colaboração e a criatividade são as chaves fundamentais para a inovação.
- As pessoas adoram inovação: É preciso criar uma cultura de inovação e permitir que as pessoas participem do seu processo.
É claro que existem empresas mais inovadoras por conta do tipo de produto, serviço ou mercado que atuam, mas é possível sim, construir um DNA inovador em empresas que ainda não deram nenhum passo nessa direção.
*Francisco Albuquerque, é Business Designer e Co Fundador da Agência Cocriação, blogueiro e fundador do blog A Nossa Geração Y, associado SBGC desde 2011 é membro do programa JOVEM SBGC. Contato:Franciscoalbuquerque@sbgc.org.br - @fbalbuquerque