Reflexões sobre o Futuro dos Negócios Digitais

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No último dia 16 de abril, participei do evento AnaMid Trends, sediado na ESPM Tech, em São Paulo. Ao longo de um dia repleto de insights e debates, especialistas e entusiastas do mundo digital se reuniram para discutir os desafios e oportunidades que permeiam o universo dos negócios na era da transformação digital. Compartilho aqui algumas das reflexões e aprendizados que marcaram os painéis aos quais tive a oportunidade de assistir.

Os desafios de negócios de grandes marcas na economia digital

O primeiro painel trouxe à tona a importância da comunicação eficaz e da escuta ativa no ambiente digital. Entender as demandas, os negócios e até mesmo os clientes dos nossos clientes foram ditos como cruciais para oferecer soluções relevantes. A ideia de ter parceiros estratégicos foi ressaltada, destacando que não é necessário saber “tudo sobre tudo”, mas sim formar alianças que poupem tempo e recursos, fortalecendo a ideia, já disseminada em GC, sobre a importância da nossa rede.

Os desafios de contratação e retenção dos profissionais do mercado digital

O segundo painel explorou o gap entre a qualificação dos profissionais e as exigências dos cargos na era digital. Foi discutido o desafio de desenvolver talentos em um mundo que valoriza a experiência, muitas vezes sem alinhamento com a remuneração, e a rapidez, geralmente ignorando o tempo de desenvolvimento dos profissionais. A necessidade de criar espaços seguros para conexão, aprendizagem e vulnerabilidade foi ressaltada, assim como a importância de não alimentar uma cultura baseada no medo. A transição para modelos híbridos e remotos de trabalho também foi tema de debate, destacando a necessidade de atualização dos processos e políticas empresariais para que acompanhem essa transição. Quando explorado no painel o diferencial de profissionais do futuro o destaque ficou para as Soft skills e a saúde mental.

SEO: tendências e boas práticas numa web dominada pela Inteligência Artificial (IA)

No terceiro painel, a discussão girou em torno do futuro do SEO em um ambiente cada vez mais moldado pela IA. O desafio de criar conteúdo relevante e humano, que ressoe com as necessidades dos usuários, foi o ponto central. A IA foi apresentada como uma ferramenta poderosa, mas que necessita do toque humano para aprimorar resultados. Além disso, a importância da autenticidade, constância e conexão com o público-alvo foi destacada como essencial para o sucesso nas estratégias de SEO.

Marketing de Conteúdo: panorama e expectativas para os próximos anos

No quarto painel, discutiu-se a importância de entender para quem se está produzindo conteúdo e como conquistar a atenção do público. A capacidade humana de se emocionar e se conectar através do conteúdo foi dito como um diferencial. A flexibilidade nas estratégias de marketing, aliada a uma clara jornada do cliente, foi apontada como essencial. A utilização de IA para atender a necessidade de métricas precisas e de automação para facilitar o acesso aos dados também foi discutida, visando uma produção de conteúdo mais eficiente e direcionada.

Publicidade Digital: mudanças e apostas para o setor

Durante o quinto painel um dos pontos centrais foi a discussão sobre o perfil mutável do cliente, especialmente em um cenário onde a busca por menor preço muitas vezes supera a lealdade à marca. A utilização crescente de IA e Machine Learning foi novamente enfatizada como uma maneira de automatizar processos, cruzar dados para obter insights mais profundos e personalizar a experiência do usuário final. Além disso, o papel cada vez mais relevante dos dados na publicidade foi debatido, destacando como as empresas estão buscando formas de utilizar informações para criar campanhas mais eficientes e direcionadas. 

Tecnologias Emergentes: impactos no ecossistema digital

O sexto painel trouxe reflexões sobre o papel da IA e outras tecnologias emergentes no futuro dos negócios, sua democratização e possibilidades inimagináveis. Foi ressaltada a importância de aprender a usar a IA com ética, respeito e responsabilidade, evitando abusos e impactos negativos na sociedade. Um tópico particularmente interessante foi a discussão sobre como as empresas hoje têm acesso a uma quantidade surpreendente de informações sobre os indivíduos, muitas vezes mais do que as próprias pessoas têm consciência. Outro aspecto discutido foi a importância do treinamento e da colaboração entre humanos e IA. Enquanto a IA pode potencializar o conhecimento existente, é essencial que os profissionais sejam capacitados para trabalhar em conjunto com essas tecnologias. O painel também abordou a evolução do metaverso e como ele está sendo adotado em setores como a indústria e a medicina, apontando para um futuro em que o digital e o analógico se fundem. Por fim, os participantes levantaram questões sobre a necessidade de regulamentação e responsabilização no uso da IA apontando para tecnologias como o blockchain como possíveis soluções para desafios como direitos autorais e identificação digital segura.

Em meio a tantas reflexões e debates, uma questão ressoa comigo após o evento: o cuidado com o conhecimento. Enquanto discutia-se o uso massivo de dados, IA e tecnologias emergentes, poucos foram os momentos em que se falou sobre como garantir a segurança e a integridade do conhecimento gerado. Fica a provocação para que a SBGC possa fomentar ainda mais essa discussão em eventos futuros. Sai com mais perguntas do que respostas, mas com a certeza de que estamos diante de um futuro repleto de desafios e oportunidades. Cabe a nós, profissionais e entusiastas do conhecimento, abraçar essas mudanças com ética, responsabilidade e a constante busca pelo aprendizado.

Um comentário

  1. Julieta Watanabe-Wilbert

    Muito ricas as informações que você compartilha. Em tempos de alta da IA, é bom saber que há atenção voltada para a não negligência daquilo que nos torna humanos: as emoções e os sentimentos. Nessa linha, entendo que saúde mental e inteligência emocional serão as competências essenciais do ser humano, para que ele possa fazer da IA sua aliada, e não uma ameaça ao seu campo de atuação. E assim, navegar com resiliência em um oceano novo e em constante transformação aportadas pelas novas tecnologias. Que a ética e o bem comum possam orientar as mudanças que vêm por aí! Obrigada, Mariana Lima, pelo compartilhamento!

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