Uma das premissas dos métodos ágeis é o foco nas interações entre as pessoas, ao invés da documentação. Ou seja, o conhecimento tácito é predominante em times que utilizam métodos ágeis! Diga-se de passagem, esse é conhecimento considerado mais estratégico para as organizações, pois ele é mais difícil de ser copiado ou imitado.
A troca/compartilhamento de conhecimento tácito, de forma geral, flui muito bem dentro dos times ágeis! As cerimônias e práticas como reuniões diárias, retrospectiva, programação em pares, reuniões de planejamento (planning games) etc., são importantes e eficientes formas de compartilhar conhecimento dentro do time! Essas práticas ajudam muito para que problemas sejam resolvidos na hora, que erros sejam corrigidos mais rapidamente e que a entrega seja mais ágil! Por outro lado, pesquisas recentes também apontam algumas limitações em relação ao compartilhamento do conhecimento em times que usam métodos Ágeis.
Do ponto de vista da Gestão do Conhecimento, uma das limitações dos métodos Ágeis é o compartilhamento entre membros de times globais, uma realidade bastante presente em times que desenvolvem software. O conhecimento tácito é mais facilmente transmitido face-a-face e a distância geográfica restringe as interações sociais. Sim, a tecnologia ajuda, mas até certo ponto. Outras duas limitações em relação ao compartilhamento do conhecimento com uso de métodos ágeis são:
- Compartilhamento além das fronteiras do próprio time. Pense quantas vezes você já gastou tempo tentando solucionar algo e depois descobriu que pessoas de outros times já superaram essa dificuldade, e vice-versa;
- Falta de documentação para suportar projetos futuros. A mínima documentação (premissa dos métodos ágeis) geralmente é insuficiente para servir de ponto de apoio para projetos e releases futuras e as pessoas já não lembram mais os detalhes ou já não fazem mais parte do time.
Não há uma receita que indique o quanto as organizações devem se apoiar no conhecimento tácito ou no explícito, isso depende da realidade e da estratégia de cada organização. O que existem são formas distintas de se gerenciar esses conhecimentos.
Nos próximos posts compartilharei um pouco mais sobre possibilidades de se minimizar essas limitações ... sempre fazendo uma “mistura” entre conhecimento explícito, que venho enriquecendo com minhas pesquisas do mestrado, e os conhecimentos tácitos provenientes das minhas experiências e vivências!
Sobre a autora: Rosangela Fritscher Santos é Profissional de TI com 20+ anos de experiência e atualmente está em um período sabático cursando Mestrado em Gestão do Conhecimento – Escola de Negócios, PUCRS.