Pronto, às 9 horas estava Meline pronta para o grande desafio. Enquanto esperava todos os convidados chegar, recaptulou mentalmente todas as falhas da apresentação do amigo para não cair no mesmo erro. Ele não tinha relacionado a GC diretamente com os desafios do negócio da organização e nem tinha feito o levantamento de qual era o conhecimento crítico para ser priorizado. Além disso, a apresentação dele foi muito demorada, detalhando alguns modelos de gestão do conhecimento sem apresentar exemplos, fatos e dados.
Então, no momento em que o presidente sentou-se e disse que poderia iniciar a reunião, Meline apresentou a sua estratégia num Pitch*. Ela queria vender a sua ideia, despertar o interesse para o tema e já sabia que muitas das apresentações bem sucedidas utilizavam dessa técnica para captar a atenção dos envolvidos nos primeiros 5 minutos. O período restante ficaria para tirar dúvidas dos executivos. E assim foi feito...
Primeiro Meline apresentou o problema identificado. “Nos últimos 12 meses a empresa perdeu 63 talentos da área de TI para a concorrência ou aposentadoria. Parte desses profissionais detinham o conhecimento de Java Script, Python e Big Data, o que está colocando em risco o atendimento aos nossos clientes. Todos sabemos que no mês passado ocorreu um bug no nosso sistema e que só conseguimos reverter a situação porque tivemos que chamar um dos profissionais que tinha aposentado para resolver o erro, pois apenas ele detinha o conhecimento esperado”.
Depois Meline apresentou as oportunidades. “Tendo em vista esse e outros sérios problemas que estamos enfrentando, com tendência a piorar, podendo levar a falência da empresa a longo prazo por não ter os conhecimentos que atinjam os resultados financeiros que queremos, mapeei os conhecimentos relevantes para o nosso negócio que são a tecnologia e a programação. Além disso também fiz o levantamento do ambiente facilitador para a implantação da GC (Cultura Organizacional, Elementos de Gestão, Tecnologia e Infraestrutura)”.
E finalizou o Pitch, mostrando a projeção de cenários futuros depois da implantação da GC e que ainda era possível reverter a situação. “Para que todo esse projeto que estou apresentando hoje pra vocês com números, fatos e dados dê certo, preciso do apoio de vocês e da disponibilidade de orçamento necessário para implementarmos práticas que transformam o conhecimento individual e coletivo, em conhecimento organizacional, ou seja, melhoria contínuas no processo de trabalho, com inovação e inteligência competitiva.
Após a apresentação, Meline abriu para perguntas, contudo havia um executivo que não estava convencido da implantação da GC na empresa, pelo menos naquele momento. Alegou que a meta era melhorar a experiência do cliente e que precisavam focar nessa entrega. Mas, Meline que era muito esperta e já tinha pensado em muitas saídas para as objeções dos ouvintes, tirou uma “carta da manga”. Mostrou um arquivo chamado “Diagnóstico Experiência do Cliente” e disse que já estava mapeando e identificando a jornada do cliente e que a próxima entrega seria, com certeza, implementar a GC na experiência do cliente.
Ao final da reunião, todos os executivos ficaram bastante satisfeitos com o diagnóstico, abordagens e argumentos apresentados por Meline e deliberaram a implantação da GC na empresa. Ademais, solicitaram reuniões semestrais para que fossem apresentados os resultados e a maturidade do trabalho.
**Esta narrativa faz parte das atividades de aprendizagem da Turma 11 do Programa SBGC Online: Gestão Conhecimento - Conceitos e Práticas.
Cláudia de Freitas Silva Gondim é graduada em Comunicação Social (Unitri) e Análise de Desenvolvimento de Sistema (Unip), pós-graduada em Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (Unitri) e Gestão de Marketing (Unitri). Atualmente está vivenciando uma nova experiência, ao fazer MBA em Gestão da Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo pela edtech Faculdade Descomplica. Atua no time do Capital Humano da tecnologia do Banco do Brasil e está iniciando um grande romance com a Gestão do Conhecimento.